Skip to main content

Café São Gonçalo / Amarante

  • Nome
    Café São Gonçalo
  • Cidade
    Amarante
  • morada
    Praça da República,8
    4600-308 Amarante
  • GPS
    41.269043, -8.078561
  • telefone / telemóvel
  • e-mail
    Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.
  • redes sociais

“O Veneno Precioso” e Teixeira de Pascoaes

O Café Bar abriu as suas portas na década de 30 do século XX. Falamos do Café S. Gonçalo, não há em Amarante local de memória e com história como aquela que podemos encontrar no Café Bar – São Gonçalo.

Era ponto de paragem obrigatória de muitas das personagens que marcaram as artes Portuguesas – nomeadamente nas artes plásticas e letras. Mas também de  políticos da I República, como António do Lago Cerqueira, de médicos que jogavam bilhar como poucos e... poetas. O maior: Teixeira de Pascoaes. "Êste largo de S. Gonçalo é o centro da vila, o coração do próprio santo empedernido, mas sensível e aberto a todos os romeiros piedosos e a todos os turistas das camionetes, por mais heréticos ou apóstolos de Baco. Cabe tudo, dentro dêle, até o café do Belchior ou, antes da Maria Zé, a servir o precioso veneno... tão negro, e ela corada, loira, sorridente, em estilo da Renascença, uma perfeita Gioconda. Não será a Gioconda encarnada? E, por isso, fugiu do Louvre... para Amarante. (...)”

Bastaria com certeza esta passagem de Pascoaes para contar o Café, antigamente designado por Café B.A.R., e que desde há cerca de 40 anos tem outras dimensões, fruto das adaptações. Atualmente, e como forma de homenagear o poeta, o Café Bar colocou uma estátua do mesmo no seu interior. Esta brilhante peça não só homenageia o poeta como o imortaliza na mesa do seu café de eleição. Ver a estátua é imaginar Pascoaes em pleno exercício poético. É transportar-nos ao século passado e recriar o espirito artístico e cultural vivido na época.

O Café, cuja constituição se deveu aos irmãos Queirós e que agora gira sob a designação de “S.Gonçalo” foi, desde sempre, um ponto de encontro, de partilha e discussão de conhecimento entre gerações de políticos, artistas, figuras de referência da sociedade amarantina e ilustres anónimos. E assim continuará a ser enquanto as suas paredes tiverem uma história para contar. “E o poeta vem a Amarante”. Assim falavam e assim é na História deste Café. Aqui escrevia. Aqui se escreverá sempre.

 

 

"The Precious Poison" and Teixeira de Pascoaes

The Café Bar opened its doors in the 1930s. This is the Café S. Gonçalo, and there is no other place of memory and with a history such as that we can find in the Café Bar - São Gonçalo in Amarante.

It was an obligatory stopping off point for people who marked Portuguese arts - particularly fine arts and letters. In addition, politicians from the First Republic, such as António do Lago Cerqueira, doctors who played billiards like few others and... poets. The greatest: Teixeira de Pascoaes. “This Largo de S. Gonçalo is the town centre, the heart of the obdurate saint himself, sensitive and open to all pious pilgrims and tourists on their coaches, however heretical or disciples of Bacchus they may be. It holds all within it, even the café Belchior or better yet, Maria Zé’s café, where she serves the precious poison ... so black, and with pink cheeks, blonde, smiling, in a Renaissance style, a perfect Mona Lisa. Could it be the Mona Lisa incarnate? And so she has fled the Louvre... and come to Amarante. (...)”

This passage from Pascoaes is certainly enough to tell the Café’s story, formerly known as the Café B.A.R., and which around 40 years ago underwent adjustments to take on another dimension. Currently, in order to pay homage to the poet, the Café Bar has placed a statue of him inside.
This brilliant piece not only pays homage to the poet but also immortalises him at his table in his café of choice. Seeing the statue is like seeing Pascoaes in full poetic flow. It transports us back to the previous century and recreates the artistic and cultural spirit of the period.

The Café, which was set up by the Queirós brothers and which now operates under the designation of “S. Gonçalo”, has always been a meeting point, a place to share and discuss things between generations of politicians, artists, well-known figures in Amarantine society and illustrious anonymous individuals. And so it will continue to be while its walls have a story to tell: “And the poet comes to Amarante.” So they spoke and so is the History of this Café. Here one wrote. Here one will always write.