A Doce Arquitectura de Vila Real
Se Vila Real for representada por um café, tem de ser a Pastelaria Gomes. Uma pastelaria, assim assumida, até poderia perder o charme de Café. Mas como perder esse charme se foi precisamente a sedução da confeitaria própria, aliada ao edifício sede na centro histórico - um dos dos destaques do Município no que toca à Arquitectura, construído na década de 1950 - motivo para ser a embaixada da cidade em destinos como França, Suíça ou Alemanha? Claro, também graças às viagens da doçaria com os emigrantes portugueses. Doces… salgados como o Covilhete, pastel de massa folhada e carne picada. Conseguiremos ter a receita nós, mas nunca a forma quase centenária de os confeccionar, a par dos dos Pastéis de Toucinho-do-céu, mais conhecidas como Cristas ou o Pudim Veludo. Não é segredo, mas sim competência transmitida de geração em geração, desde Manuel dos Santos Gomes, que funda a pastelaria em 1925, regressado a Portugal após passagem por países como Brasil ou Angola. O crescimento da cidade acompanha o crescimento da Pastelaria Gomes, ou vice-versa, e é, por isso, com naturalidade, que nasce um Salão de Chá e depois uma Cervejaria, para complementar e diversificar a oferta de serviços à própria Urbe. Os amigos, dos mais velhos aos mais novos, aproveitam a referida Arquitectura do espaço, bem como a decoração e mobiliário, que mantêm a traça original - tendo sido apenas reformulado o balcão nos anos 1990, para o ponto de encontro social ou cultural - sob os sumptuosos candeeiros, os vidros, os espelhos e o busto do fundador. Mas se é de Manuel Santos Gomes que há busto, é da sua esposa (Maria Conceição de Sousa Magalhães Gomes) que parte a reinvenção da pastelaria. Por exemplo, os já referidos e famosos Covilhetes, são mais ricos por causa da massa folhada por si introduzida. Se acha que escrevemos demasiado sobre Covilhetes, saiba então que, a par do Palácio de Mateus e do seu Mateus Rosé, são esses pastéis outra das imagens de marca clássica de uma cidade que nunca perderá, como a Gomes, a rota dos cafés e do futuro.
The Sweet Architecture of Vila Real
If Vila Real were represented by a café, it would have to be the Pastelaria Gomes. A patisserie, as such, which could even lose its charm as a Café. But how to lose this charm if it was precisely because of the seduction of its own confectionery, linked to the main building in the historic centre - one of the highlights of the Municipality as far as Architecture is concerned, and built in the 1950s - that this confectionery became the embassy for the city in places such as France, Switzerland and Germany? This is also thanks to the journeys made by the sweet confectionery in the company of Portuguese immigrants. Savoury confectionery such as the Covilhete, made of puff pastry and minced meat. We may be able to get the recipe but we will never have the almost centenary way of making them, along with the Tocinho-do-céu (literally Bacon from heaven) almond pastries, better known as Cristas or Velvet Pudding. It is no secret, but rather competence transmitted from generation to generation, from Manuel dos Santos Gomes, who started the patisserie in 1925, returning to Portugal after spending some time in countries like Brazil and Angola. The growth of the city has accompanied the growth of the Pastelaria Gomes, or vice versa, and it is therefore natural that a Tea Room has opened followed by a Biergarten, to complement and diversify the services offered to the city itself. Friends, from the oldest to the youngest, take advantage of the aforementioned Architecture of the space, as well as the decoration and furniture, which maintains the original outline - with only the counter being redesigned in the 1990s, as a social and cultural meeting point - under sumptuous lamps, glass windows, mirrors and a bust of the founder. However, if the bust is of Manuel Santos Gomes, it was his wife (Maria Conceição de Sousa Magalhães Gomes) who reinvented the confectionary. For example, the famous Covilhetes mentioned above are richer because of the puff pastry introduced by her. If you think we have written too much about Covilhetes, you should know that, along with the Mateus Palace and its Mateus Rosé, these pastries are another classic image of a city which will never miss out, such as Gomes, on the cafe route and the future.
