A Brasileira do Chiado
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NomeA Brasileira do Chiado
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CidadeLisboa
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moradaRua Garrett,120
1200-205 Lisboa -
GPS38.710697, -9.142073
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telefone / telemóvel
O genuíno café do Brasil e o genuíno círculo intelectual
Em pleno Chiado, em pleno mundo de recordações com todas as nacionalidades ao lado da estátua de Fernando Pessoa fica a Brasileira.... a Brasileira do Chiado. Provavelmente, o mais conhecido de todos os cafés históricos lisboetas. Abriu em 1905. Interior Art Déco de madeira, espelhos e mármore, esplanada frequentadíssima de línguas e saberes. O café... bem o café deste Café ainda é dos melhores.
Recordando: A Brasileira do Chiado vendia o "genuíno café do Brasil", produto muito pouco apreciado ou até evitado pelas donas de casa lisboetas naquela época. O estabelecimento foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale, nascido no concelho de Arouca. Adriano Teles emigra para o Brasil e por lá funda um estabelecimento comercial, que contempla uma casa de câmbios e dedica-se à produção agrícola, em particular de café.
Regressado a Portugal no início do século XX cria uma rede de pontos de venda do café que produzia e importava do Brasil: as famosas "Brasileiras".
O fundador , diga-se, homem bastante interessado por Música e Pintura.
Com as liberdades de reunião e associação após a Implantação da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910, e a instalação do Directório Republicano no Largo de São Carlos (entretanto rebaptizado Largo do Directório, precisamente no 1.º andar do edifício onde nasceu Fernando Pessoa), A Brasileira tornau-se. também pela sua proximidade, um dos cafés mais concorridos de Lisboa.
Cenário de muitas tertúlias intelectuais, artísticas e literárias por aqui passaram os escritores e artistas, reunidos em torno da figura do poeta-general Henrique Rosa e a fundam depois a Revista Orpheu. Revista, ainda hoje referência nos estudos literários.
Em 1925 a Brasileira passa a expor onze telas de sete pintores portugueses da nova geração, que então frequentavam o café, selecionados por José Pacheko: Almada Negreiros, António Soares, Eduardo Viana, Jorge Barradas , Bernardo Marques, Stuart Carvalhais e, inclusive, o próprio José Pacheko .
Este «museu» foi renovado em 1971, com onze novas telas de pintores da época: António Palolo, Carlos Calvet, Eduardo Nery, Fernando Azevedo, João Hogan, João Vieira, Joaquim Rodrigo, Manuel Baptista, Nikias Skapinakis, Noronha da Costa, e Vespeira. Com toda a importância que teve na vida cultural do país, A Brasileira do Chiado mantém a sua identidade, obviamente pela decoração mas, igualmente, por toda a carga simbólica de estar ligada a círculos intelectuais únicos. A assiduidade do autor d'A Mensagem motiva a inauguração, nos anos 1980, da estátua em bronze da autoria de Lagoa Henriques, que representa o escritor sentado à mesa na esplanada do café. E é a partir da estátua que A Brasileira do Chiado e Lisboa navegam de novo. Tal como no começo da imagem deste texto...
Genuine coffee from Brazil and a genuine intellectual circle
Right in the heart of Chiado, in a world full of memories with all nationalities of the world beside the statue of Fernando Pessoa stands the Brasileira... a Brasileira do Chiado. Probably the best known of all Lisbon's historic cafés. It opened in 1905. The interior with Art Deco, wood, mirrors and marble, an esplanade terrace heaving with languages and wisdom. Coffee ... well the coffee this Café offers is still among the best.
To remember: A Brasileira do Chiado sold the “genuine coffee from Brazil”, a product hardly appreciated and even avoided by Lisbon housewives at the time. The establishment was founded by Adriano Soares Teles do Vale, born in the council of Arouca. Adriano Teles emigrated to Brazil and there founded a commercial establishment, which featured a currency exchange service and which was involved in agricultural production, particularly coffee.
He returned to Portugal at the start of the 20th century to set up a network of points of sale for coffee which he produced and exported from Brazil: the famous “Brasileiras”.
The founder, incidentally, was an individual quite interested in Music and Painting. With the freedoms of assembly and association after the establishing of the Portuguese Republic, on 5 October 1910, and the setting up of the Republican Directorate in Largo de São Carlos (now renamed Largo do Diretório, precisely on the 1st floor of the building where Fernando Pessoa had been born), A Brasileira, also due to its proximity, became one of the busiest cafés in Lisbon.
A scene of many intellectual, artistic and literary soirées, many writers and artists spent time here gathered around the figure of the poet and General Henrique Rosa and who later founded the Orpheu Magazine. A Magazine which nowadays is still a reference in literary studies.
In 1925, a Brasileira started to exhibit eleven canvases of seven Portuguese painters of the new generation, who at that time frequented the café, selected by José Pacheco: Almada Negreiros, António Soares, Eduardo Viana, Jorge Barradas, Bernardo Marques, Stuart Carvalhais and, also, José Pacheco himself. This 'museum' was renovated in 1971, with eleven new canvases of painters from that period: António Palolo, Carlos Calvet, Eduardo Nery, Fernando Azevedo, João Hogan, João Vieira, Joaquim Rodrigo, Manuel Baptista, Nikias Skapinakis, Noronha da Costa, and Vespeira. With all the importance it had in the cultural life of the country, A Brasileira do Chiado has retained its identity, obviously due to its decoration, but also due to its symbolic role connected to such unique intellectual circles. The regular presence of Fernando Pessoa, the author of The Message, led to the inauguration in 1980 of the bronze statue designed by Lagoa Henriques, which shows the writer sitting at a table on the esplanade of the café. And it is from this statue that A Brasileira do Chiado and Lisbon once more begin navigating from. Just as in the beginning of the image for this text...